quinta-feira, 30 de abril de 2009

"?"


Talvez o que nos reste
seja o lamento...
O vento lento de um domingo estático.
que táticas ansiosas de sobrevivência
são inúteis.
Talvez somente momentâneas
talvez involuntárias.

Talvez o que nos reste
seja o choro,
em coro!
E o soro - hidrogênio, oxigênio, cloreto de sódio
O ódio... (lágrima)
Composta de elementos que se apagam
dia-a-dia-adia-dia-a-dia-adia
adia não!
Antecipa a esvaessência "óbvia"
da essência dessa terra antiga
Que criou o homem... que criou a cobra em cativeiro...(cantiga)

Talvez o que nos reste
seja o silêncio
O intenso,
o senso de que o nada é irrefutável
Inevitável.
De que a morte natural aural banal
será sorte num momento além, ali... (logo ali)

Talvez o que nos reste agora
seja o agora, o aqui.
A hora que "quem sabe faz"

Talvez seja o olhar pra frente, sem desvios
nem devaneios!
De que atrás há algo melhor
Que as obras as sobras
Os escombros, assombros
O ombros... gesticulando - e daí?
E daí?!
...(e agora?

depois da cama


Os violões as vilas
As canções, as tias...
Os bordões... as primas
os sinos as sinas
os hinos, as minas...

...de ouro, prata
diamante e cobre?

Que cobrem, e cobrem caro!
Que raro é o momento lento
que eu saro e paro
de choramingar... minguar
O pranto.

Volto e canto os hinos e os sinos...

Porque a sina é essa.
Oh meça!

De cama em cama
Uma dor que ama, que espanca
estanca
E logo um dia cessa.