sábado, 26 de dezembro de 2009

A espiar e... (é)


Ver e transcrever,
Ler e transcender.

Ter e transmitir,
Ser e transformar.

Crer... e transpirar!

PhiluSophia


Um amigo me disse
que a vida era bela.
Que era bela a vida,
que bela era ela.

(Gravura: "O Pensador" - Michelangelo)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Presente imperfeito!


Um dia fui sóbrio!

Fui sóbrio, fui sopro...
Fui sábio, fui osso!

Fui sóbrio um dia!

Igrato, imposto
Sensato, socorro!

Fui sapo fui jia!

Um sóbrio fui dia!

Um dia!

Sobria!

Sorria?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Na terça


Na tarde de terça
Intensa era bruma...
De uma, mais uma!
Só tarde de terça.

A bruma era espessa
E tensa era a tarde...
Covarde, covarde!
Na tarde de terça.

Seguia opaco,
no taco da sala
De cuia e mala
e um nó na cabeça!

A tarde era fria
E agora era tarde!
Seguia o covarde,
na tarde de terça.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pretérito Perfeito


Trazia eu debaixo do braço uma viola.
Viola antiga, amiga cativa de cantiga e fé.

Franzia eu a testa e o passo já minguava agora,
Era hora alta, quando o sol subia e eu ali a pé.

E assim seguia!

No caminho da vida,
Cada dia e lida
Mais uma toada.

E assim eu ia!

Atinava as "cria"
Tinha todo dia
Noite enluarada.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

www.myspace.com/chicoalmeida

quinta-feira, 30 de abril de 2009

"?"


Talvez o que nos reste
seja o lamento...
O vento lento de um domingo estático.
que táticas ansiosas de sobrevivência
são inúteis.
Talvez somente momentâneas
talvez involuntárias.

Talvez o que nos reste
seja o choro,
em coro!
E o soro - hidrogênio, oxigênio, cloreto de sódio
O ódio... (lágrima)
Composta de elementos que se apagam
dia-a-dia-adia-dia-a-dia-adia
adia não!
Antecipa a esvaessência "óbvia"
da essência dessa terra antiga
Que criou o homem... que criou a cobra em cativeiro...(cantiga)

Talvez o que nos reste
seja o silêncio
O intenso,
o senso de que o nada é irrefutável
Inevitável.
De que a morte natural aural banal
será sorte num momento além, ali... (logo ali)

Talvez o que nos reste agora
seja o agora, o aqui.
A hora que "quem sabe faz"

Talvez seja o olhar pra frente, sem desvios
nem devaneios!
De que atrás há algo melhor
Que as obras as sobras
Os escombros, assombros
O ombros... gesticulando - e daí?
E daí?!
...(e agora?

depois da cama


Os violões as vilas
As canções, as tias...
Os bordões... as primas
os sinos as sinas
os hinos, as minas...

...de ouro, prata
diamante e cobre?

Que cobrem, e cobrem caro!
Que raro é o momento lento
que eu saro e paro
de choramingar... minguar
O pranto.

Volto e canto os hinos e os sinos...

Porque a sina é essa.
Oh meça!

De cama em cama
Uma dor que ama, que espanca
estanca
E logo um dia cessa.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

sexta


Na sexta eu me vejo.
Me vejo no espelho que a semana pintou...

Na sexta eu me espalho...
E espalho impressões das pinturas que sou.

Na sexta... eu me espio!
E certo eu fico que fico a olhar,

na sexta, eu me tenho.
e teimo em me ter
me empenho em teimar

Me espalho no espelho
me espio no espelho

E fico a sextar...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Chico Almeida

coti...

Ele vestiu a camisa engomada

E olhou para o dia

Trazia na testa a ruga das horas

Franzia a testa nas ruas d’aurora

Ele vestiu a vergonha embotada

E olhou para o dia

Calçou o sapato velho, lustrado

Cansou o solado, só, solto, cansado

Ele olhou para o dia e saiu.

Saiu para os outros,

Disposto... Imposto.

Ele olhou para os outros e sorriu

Sorriu para o dia

Insosso... Sem gosto.